domingo, 21 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Estrela do Mar


Contra ventos e tempestades,
mesmo sendo arrastadas pela maré alta,
resiste a beleza física e dos momentos
da estrela do mar!
(Entre "cricas" e moluscos
por vezes sentiamo-nos estrelas!)

"Era uma vez uma estrela-do-mar
que queria ser uma estrela no céu.
Mas como havia de lá chegar?
- Ajuda-me tu, polvo, que tens os braços tão compridos"

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Por nós:

Até sabíamos que:
- Aquele era, não sendo o nosso mundo
Éramos prisioneiros, reconhecendo-nos
Senhores da própria vontade...

E quem fomos afinal?
Só nós mesmos... tão diferentes e tão iguais
Desconhecidos daqueles que família se diziam
Buscando na essência o valor da vida.
Tendo por alma puros ideais
e por vezes, nos gestos
impulso e tensão.
Hoje, apenas eu sou do rosto a metade,
E por alma apenas... a saudade!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pássaro da Alma


Lembras-te de um pássaro azul que fugiu da gaiola numa tarde de Julho, ao som de latidos dos cães e pressentimentos estranhos, e cuja fuga me provocou arrepios apesar do calor que se fazia sentir?
Disseste-me que voltaria se o chamasse. Fi-lo. Assobiei até, o habitual assobio de bons dias.
Ele não voltou.
Reencarnou mais tarde no meu desejo de liberdade. Em tudo o que fiz para que me crescessem as asas e recomeçasse a aprender a voar. E aí ele voou, voou livre, feliz sentindo a mudança dos ventos com um bater de asas seguro e firme, um voo azul no azul do céu mesmo ao percorrer caminhos desconhecidos e arriscados! ... Isto até à tua partida.
Agora bate as asas desorientado e fortemente tentando seguir a rota definida. O cansaço sentido em excesso enfraquece-o e o medo do voo solitário fragiliza-o ao ponto de parar em lugares ermos, até sentir frio o seu frágil corpo.
O sonho de voar até ao mar azul, e o vislumbre de flutes mar adentro vai-se esvaindo,fluindo em lágrimas turvas de dor...
Um dia, seja ele qual for, reencontrar-te-à e a sua alma levar-nos-à a abrir as gavetas da existência, uma a uma, libertando-nos dos obstáculos que nos limitaram nesta vida.
Imagino-nos libertos de plumagens imaginárias ou de calças rotas e gastas, olhando o azul do mar, sentindo a brisa, bebendo flutes de paz, enquanto suaves e frescas ondas banham os nossos pés descalços.
Até lá (sendo ele um dia, qualquer um...) luto. Por ser feliz, a teu pedido! Mas é um desafio enorme, e eu sinto-me tão só e tão frágil!
Guia-me na tua luz! Mas dá-me um sinal se houver nuvens ou a lua estiver oculta...

Insegurança

Algo mudou à minha volta:
todos parecem activos,
indiferentes, mas protectores
em relação à pessoa
que hoje sou. À minha dor...

Os teus sonhos estão presentes
o teu pedido está ausente ainda
nesta minha solidão que não finda.

E...

E cá estou
como previa. Só!
Completamente perdida
tentando encontrar força
num acorde,
numa refeição,
tentando tirar
do amargo do café
o calor para o gelo
do meu corpo.
Quem me tranquiliza agora?
Quem briga comigo até
concluirmos que discutiamos
pela mesma razão, e nos dáva gozo
brincar com as palavras?

O silêncio envolve-me
Mas não a paz!