domingo, 22 de novembro de 2009

Obsession obsesión ossessione Zwangsvorstellung

(Nomeio-a em língua estranha para a afastar de mim... escrevo-a para a soltar! Solto palavras, mas quero soltar-me e livrar-me de algumas partes de mim!...
Uma noite com um inicio e fim excelentes teve pelo meio, crises... Enfim!)


O sufoco das lágrimas
na rapidez da mão
O pestanejar controlado
no ritmo de escrita apressado
As lágrimas soltam-se
em forma de letras
Folha de sal nas palavras
Rosto de lágrimas secas...

Não sei cativar, irrito!
Persigo, sufoco, insisto
persisto! E mato
pouco a pouco
o que de bom ficou...
Afinal que amiga sou?
Quebro no Quebra,
aumentando as barreiras!


Mas eu não QUEBRO,
(não o mostro e não quero!)

QUE quebre a angustia,
QUE quebrem as distâncias
Que quebre a indiferença
Que quebre o desassossego
QUE quebre a solidão,
Mas a VIDA EU NÃO QUEBRO
Que quebre a OBSESSÃO!!!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eu Educadora me confesso...









Quero deixar aqui esta nota em especial para "os meus meninos" de Pegos, aos pais que me acolheram de forma exemplar, aos meus temporários colegas onde incluo os membros da Secretaria e Direcção do Agrupamento Álvaro Viana de Lemos, com especial referência ao Professor Jorge Monteiro.

Este ano lectivo 2009/2010 começou, e realço começou para mim de uma forma anormal e positivamente surpreendente. Pela primeira vez em toda a minha carreira como Educadora de Infância contratada pelo Ministério da Educação fui colocada a 29 de Setembro.

O contrato seria de um mês e teria o seu término a 28 de Outubro. O motivo da colocação devia-se à substituição de uma colega que fazia parte de uma lista candidata ao município onde residia.

Apresentei-me no Agrupamento no dia seguinte, apesar da colocação só me ter sido transmitida depois das 19h00 e recebi com prazer a fantástica notícia de que este contrato iria ser prolongado uma vez que a colega que eu iria substituir se encontrava grávida de quatro meses e meio e residia a 95 km de distancia do lugar em que leccionava, o que me manteria ali até ao final do ano lectivo. No dia seguinte participei na reunião de pais já convocada e dirigida pela Educadora que eu substituiria e que havia sido colocada também no início dessa semana. Fomos apresentadas aos pais como as Educadoras de Infância daquele jardim. E assim, fui-me integrando sem dificuldades numa equipa dinâmica e motivadora pela pertinência dos seus projectos, incluindo os concelhios. Encontrei no meu pequeno grupo de crianças a esperança de neste ano lectivo realizar o meu sonho de ser Educadora, a actividade a que sempre me dediquei mais do que o que me era exigido por lei, por gosto e paixão pelo que faço.

Poucos dias depois surgiu o "primeiro balde de água fria", que eu tomei simplesmente como um duche refrescante no calor de Outubro: O meu registo biográfico, onde estaria registado todo o meu percurso profissional encontrava-se desaparecido em parte incerta. Não encontraram no Agrupamento que me havia validado o tempo de serviço para o concurso deste ano, e referente ao último local onde prestei serviço na função pública, altura em que enriqueci o meu percurso profissional trabalhando no Sector Privado e em Instituições de Solidariedade Social, com o tempo de serviço, nestas últimas devidamente reconhecido e validado pelas respectivas Direcções Regionais de Educação.
A remuneração atribuída por este contrato foi calculada por um escalão muito inferior ao que tenho de facto direito, não tendo em conta o meu efectivo tempo de serviço nem o facto de ter já concluído uma licenciatura na área em anos anteriores. Receberei ainda o que me é devido,com retroactivos, espero, graças à vontade de resolução do problema no agrupamento onde fui colocada, e à minha organização no passado, que me levou a encontrar velhos contratos e recibos de vencimento...

Mas "a aventura" começou mesmo na sexta feira em que soube que Isabel Alçada ficaria com a pasta da Educação. Recebi ao final do dia a notícia que o meu contrato teria de ser terminado uma vez que o motivo que levou à minha contratação já não se mantinha e não continha a clausula "até ao regresso da titular". Assim, teriam que lançar o lugar novamente a concurso, pois o motivo da contratação agora era baixa por gravidez, apesar da pessoa substituída ser a mesma. Assim sem coragem para me despedir devidamente daqueles que me encheram de alegria nesse mês, terminei o meu contrato a 29 de Outubro.
Desde essa data até hoje, o Jardim de Infância de Pegos encontra-se encerrado, para angústia das crianças que já haviam encontrado ali um espaço de convívio, confiança e aprendizagem; dos pais que sem contar tiveram de encontrar um sitio para deixarem os seus filhos enquanto vão trabalhar, e minha própria, mas não menor angústia, pois continuo na Bolsa de Recrutamento, à espera da próxima "aventura".

A vaga agora lançada já é para um contrato anual, e é por gravidez de risco; mas a educadora não estará grávida até ao final do ano lectivo, a determinada altura deixará de ser gravidez e passará a ser Licença de Parto. (Cristininha, minha vereadora da esperança que tudo te corra bem até ao final e espero poder visitar-te a ti e ao teu rebento, quando ele nascer!Ficou a promessa, lembras-te?)
Ainda bem que não obrigam ao término do contrato também nesta situação. Apesar disso tem sido recusada já por cerca meia dúzia de candidatas, que provavelmente, apesar de em concurso, estão a trabalhar noutras instituições. Eu não as censuro, de forma nenhuma, oportunidade essa tivesse eu...

Há a revolta dos pais, que indignados com a situação a direccionam para quem dá a cara no Agrupamento. Cabe-me a mim, e não seria justa se não o fizesse dizer que sempre recebi da parte deles um grande apoio, sabendo que foi tentado o possível junto da Direcção Regional, em prole daquelas crianças e da minha situação profissional.

E ouvimos falar de avaliação de docentes, de qualidade e estabilidade no ensino!!!!

Não deveríamos pensar em começar por questionar e avaliar o topo? As leis e as regras que fazem funcionar bem ou não as bases? (Docentes, crianças e por conseguinte as famílias)?

Fica a questão, o desabafo e o agradecimento sincero a todos aqueles que me proporcionaram em termos profissionais um mês de "sonho". Esqueço os "baldes de água fria" e mantenho a esperança porque como Educadora que sou, tenho por missão e dever transmiti-la aos "meus próximos meninos" (para não falar nos meus filhos e tornar este desabafo mais pessoal...) seja onde for e quando for!!!!

É este o país que temos!!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fechando a concha...


A esperança aos quarenta
É mais suave, mas INTENSA
Como o verde de um prado
O amor aos quarenta
É mais tranquilo, mas IMENSO
Puro e calado, sufocado,
Sofrido e revoltado
como as águas de uma ribeira
serpenteando sobre as pedras
de um terreno acidentado!

São muitas contradições e ilusões
Vidas secas, conflitos, emoções
risos e lágrimas em turbilhões
horas intensas e sufocadas
Conversas que preenchem, mas ocas por caladas,
Amizades puras, mas sem sentido
num mundo privado, desconhecido.
Tudo o resto posto em causa
Até o amigo, nem sei se o foi.
Os riscos foram corridos, já vividos,
outros há que ficam por correr.
Tudo dói, sangra e morre...
E da vida esperada, sempre adiada
Fica o evidente sofrer...
Fica a consciência
de que eu sou
e tenho que continuar a ser,
reaprender o meu viver;
Transformar o meu sentir
em novas formas de agir.
Aprender a indiferença,
escutar somente a razão,
calando com grandes danos
o que tem sido o meu tutor
levando-me a muitos enganos,
vou calar meu coração
e por mim só sentir amor!

Perderei a minha essência
e será dura a mudança,
viverei numa dormência
para continuar a lutar
por um amor incondicional
indiscutível e maternal
pelos meus filhos, que adoro.
E se por aqui permaneço
é porque neles aqueço
todas as lágrimas que choro!

Derrocada




E de repente tudo é caos...
Onde havia silêncio
há gritos.
A paz trouxe a
ansiedade.
A mudança foi abrupta
e inesperada,
causando estranheza,
tormenta,
derrocada...
Tudo vai ruindo
com uma força atroz
Tolhendo-me as pernas
e a voz...
O que restará?
E eu...
Sobreviverei???

Ainda não o sei...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Há dias assim...



Há dias que mais parecem anos, de tão intensos e controversos. São assim...

Há "sextábados" começados com desilusões e águas geladas, que nos impedem de realizar as necessidades do presente, e terminam em filas de esperança para sonhos antigos. O gelo inicial é derretido com uma energia desconhecida e alimentada pelo desejo incontrolável de garantir um prazer a longo prazo. Surgem amanheceres felizes por passagens fortuitas, risos de cansaço e visão de um sonho finalmente possível de realizar, ainda que daqui a algum tempo.

Há "quarinsextas" com festas de despedida sem "adeuses" dolorosos visíveis no exterior pintado de um rosto de palhaça, não referidos e transformados em magias de borracha cheias por bombas de ar, saladas de frutas e pinturas faciais, abraços sentidos e beijos dados, apesar do rigor dos protocolos os proibirem; continuados com desejos de tempos passados e vividos nesta época em espaços que não são meus, ouvindo e dançando as musicas de outros que comigo partilharam esses tempos, apesar de ausentes, e afastados dali pois não tiveram desassossegos maiores a energizá-los.

"Quarquintas" de manhãs nostálgicas, num misto de tranquilidade e desejo reprimido das vontades de outros tempos, agora renascidas e "quarsextas" de noites agitadas por concertos e desconcertos momentâneos de entes que nos são queridos. Há dias assim...

Sextas com menos horas, mas pródigas em confusão de conversas paralelas mal interpretadas, pela fidelidade e lealdade, pela contenção não forçada, mas acusada por aqueles a quem respeitamos e queremos melhor que a nós próprios. Há dias assim...

Felizmente passam, e o sol brilha, e a amizade continua, calada pela desconfiança, dos outros e dos que fazem parte de nós, forte, pelo respeito e pelo acreditar, no que sinto, por quem sinto e por saber que não estou enganada quanto a quem guardo aqui...! São pedaços de mim, a todas as horas, todos os dias não, sim, ou assim.