sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fechando a concha...


A esperança aos quarenta
É mais suave, mas INTENSA
Como o verde de um prado
O amor aos quarenta
É mais tranquilo, mas IMENSO
Puro e calado, sufocado,
Sofrido e revoltado
como as águas de uma ribeira
serpenteando sobre as pedras
de um terreno acidentado!

São muitas contradições e ilusões
Vidas secas, conflitos, emoções
risos e lágrimas em turbilhões
horas intensas e sufocadas
Conversas que preenchem, mas ocas por caladas,
Amizades puras, mas sem sentido
num mundo privado, desconhecido.
Tudo o resto posto em causa
Até o amigo, nem sei se o foi.
Os riscos foram corridos, já vividos,
outros há que ficam por correr.
Tudo dói, sangra e morre...
E da vida esperada, sempre adiada
Fica o evidente sofrer...
Fica a consciência
de que eu sou
e tenho que continuar a ser,
reaprender o meu viver;
Transformar o meu sentir
em novas formas de agir.
Aprender a indiferença,
escutar somente a razão,
calando com grandes danos
o que tem sido o meu tutor
levando-me a muitos enganos,
vou calar meu coração
e por mim só sentir amor!

Perderei a minha essência
e será dura a mudança,
viverei numa dormência
para continuar a lutar
por um amor incondicional
indiscutível e maternal
pelos meus filhos, que adoro.
E se por aqui permaneço
é porque neles aqueço
todas as lágrimas que choro!

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