segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Há dias assim...



Há dias que mais parecem anos, de tão intensos e controversos. São assim...

Há "sextábados" começados com desilusões e águas geladas, que nos impedem de realizar as necessidades do presente, e terminam em filas de esperança para sonhos antigos. O gelo inicial é derretido com uma energia desconhecida e alimentada pelo desejo incontrolável de garantir um prazer a longo prazo. Surgem amanheceres felizes por passagens fortuitas, risos de cansaço e visão de um sonho finalmente possível de realizar, ainda que daqui a algum tempo.

Há "quarinsextas" com festas de despedida sem "adeuses" dolorosos visíveis no exterior pintado de um rosto de palhaça, não referidos e transformados em magias de borracha cheias por bombas de ar, saladas de frutas e pinturas faciais, abraços sentidos e beijos dados, apesar do rigor dos protocolos os proibirem; continuados com desejos de tempos passados e vividos nesta época em espaços que não são meus, ouvindo e dançando as musicas de outros que comigo partilharam esses tempos, apesar de ausentes, e afastados dali pois não tiveram desassossegos maiores a energizá-los.

"Quarquintas" de manhãs nostálgicas, num misto de tranquilidade e desejo reprimido das vontades de outros tempos, agora renascidas e "quarsextas" de noites agitadas por concertos e desconcertos momentâneos de entes que nos são queridos. Há dias assim...

Sextas com menos horas, mas pródigas em confusão de conversas paralelas mal interpretadas, pela fidelidade e lealdade, pela contenção não forçada, mas acusada por aqueles a quem respeitamos e queremos melhor que a nós próprios. Há dias assim...

Felizmente passam, e o sol brilha, e a amizade continua, calada pela desconfiança, dos outros e dos que fazem parte de nós, forte, pelo respeito e pelo acreditar, no que sinto, por quem sinto e por saber que não estou enganada quanto a quem guardo aqui...! São pedaços de mim, a todas as horas, todos os dias não, sim, ou assim.

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